Deus nunca me cure da minha paranoia incrível,
Daquela claustrofobia de só quando tem gente,
Ou daquela minha narcolepsia que é irascível
E da minha monomania (ela me deixa contente).
Quero ficar bem velho com minha compulsão,
Saudável mais ou menos pela fiel hipocondria,
Talvez animado por um pouco de obsessão –
Ainda que raramente eu manifeste piromania...
Quem ralha e diz que sou doente da mente
Não pode ser gente boa nem meu amigo,
Porque o que tenho me deixa é contente
Já que cada doideira da mente é um abrigo.
Meu narcisismo, por exemplo, me deixa legal,
E a agorafobia me deixa quietinho em casa,
O que me deixa de boa sem nada de especial
Já que Deus me deu foi acrofobia e não asa.
Posso até ter uns fetiches complicados e inatos
Mas a tudo isso me antecede a amoralidade:
Veja nos acidentes na rua, cenas de assassinatos!
Todos olhando, cada um pouco ruim da cabeça.
humildes
na sanidade...
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