quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Biune

Reminisce, for touching her is like touching nobody else.
Hers is beauty, and hers is the cold and hers is the perfume.
Crush my hands and cut my fingers, for their utility fails.
Pluck my eyes out and cripple the beating of my heart:
Their existance, in biunity remembered, is led to naught.

And let time and trees sing with singsong voices and chord,
For my mind, beholden to time, is by it bound and mute,
and my gagged voice and my darkened sight are all to me.
A biunity of form and essence, like song and grapheme,
I crave to see. My eyes sing and my voice stares; at me.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Moonmourning

And so the Sun has set down on my life.
Oh I wished not to endure this long night,
Alas! I'm the moon; cease the peace of strife
Shake hopes of despair, summon dark from light.

The sky darkens. Lush life grows dry.
It's night. An axis in paraselene there'll be.
I'm weary, must shine, try not not to try...
The sky is calling, starry abode.
     may the skies mourn with me]

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Clarividência

   Eu a imagino rindo, e lembro assim de todas as memórias que partilhamos, todas as coisas que vivemos juntos. As nossas férias, os nossos sob as árvores, o sol nos seus cabelos, as idas e vindas por entre as pessoas, as festas com os amigos, as noites de brigar e as de perdoar.
   E aquele dia em que quase perdemos o barco? Corremos pelo cais, alguns passos apenas, e alcançamos a embarcaçao no último instante. Nada foi melhor naquela viagem do que aquela corrida pelo cais, rimos durante anos, sempre que lembrávamos disso no natal.
   E entao fomos para nossa casa, a nossa casa, e ali vivemos uma única vida, pois embora sempre separados, éramos um só, sempre juntos.
   Mas um dia eu acordei, e estava só. Nao havia ninguém do outro lado do travesseiro, ninguém ali em que eu pudesse me espelhar. O vazio dormira comigo e mme acordou com seu silêncio. Você nao estava mais lá. Tínhamos apenas poucos anos e pouca vida juntos, e tudo o que lembrei, esqueci. Eu estava nos meus lençois e você provavelmente devia estar nos seus. Foi tudo um sonho que se sonha acordado? Ou foi uma vida vivida dormindo da qual um dia se despertou, para viver?
   Uma vida torta. Um caminho estranho. Um pedido esconso. Uma prece surda.
   Predirei o passado, lembrarei do futuro.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Noite Escura

Florbela, quem melhor do que a senhora nesta metade para meia noite para quem pede meio amor quando se é amálgama de metade?

O Teu Segredo
O mundo diz-te alegre porque o riso
Desabrocha em tua boca, docemente
Como uma flor de luz! Meigo sorriso
Que na tua boca poisa alegremente!
Chama-te o mundo alegre. Ai, meu amor,
Só eu inda li bem nessa alegria!…
Também parece alegre a triste cor
Do sol, à tarde, ao despedir-se o dia!…
És triste; eu sei. Toda suavidade
Tão roxa, como é roxa uma saudade
É a tua alma, amor, cheia de mágoa.
Eu sei que és triste, sei. O meu olhar
Descobriu o segredo, que a cantar
Repoisa nos teus olhos rasos d’água!…

por Florbela Espanca

Para quem sinto perder e muito sentiria em perder,
minhas desculpas por ser exagerado,
minhas desculpas por ser sanguíneo,
minhas desculpas por ser assim sem saber porquê.

domingo, 19 de agosto de 2012

N. do A. no Livro do Cinismo

Sempre tive horror a incomodar, mas isso nunca me impediu de acabar por incomodar.
Nao consigo me colocar a favor do abandono, que abomino, mas cometi meus pecados neste crime.
Tenho uma opiniao depreciativa a respeito de mentiras, mas nao disperdiço essa minha habilidade, modéstia a parte, tao boa de metaforizar a verdade.
Tenho horror a máscaras, tendo eu mesmo tantas sobre meus olhos.
Desapego me da pessoas, sobretudo daquelas a quem mais me apego.
A difícil habilidade em aceitar um erro me falha miseravelmente quando erro, o que muito comumente acontece.
Ah, o cinismo, cínico demais para ser um pecado capital.

Abomino, sempre, quase metade do que assumo. A outra metade, amo incondicionalmente.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Noites Bobas

Nos dias em que acordo humano, guardo motivos para escrever.

O bobo e a boba estavam armados até os dentes, e nao se olhavam porque estavam morrendo de medo de medo de ferir, de ferir um ao outro. Mas há esse negócio da confiança e esse diabo dos medos dos outros, e assim seguiram, afiando as armas e tocando os ombros, e joelhos.

A boba quis ir embora, mas o bobo quis ser veloz: foi rápido até a rua e a enrolou toda, o asfalto estava dobrado, as calçadas, bem guardadas. Os postes, enrolados, pareciam voltas de caracol vagamundo.
"Como pode?" disse, sendo dela a porta "O tanto que o mundo me faz triste só pode ser comparado e igualado pela alegria que você me traz. Quem me faz triste é o mundo, quem me emboba é você, minha boba!"

Muita bobice.


E se nao espero aquele céu, aquele último sol, e me atiro de peito aberto para o firmamento?
E se consigo aquela constância, aquele descompasso ritmado, e me desacerto no caminho?
E se nao supero as falhas de dois em um, e me perco no que sucumbo aos medos de um ou dois?
E se falho naquele jogo perverso do cinismo bonito, e me desembesto rumo ao nao sei o que?
E se nao ordeno meus pensamentos rebelados, e me aflijo sem razao por tentar a racionalidade?
E se creio no que deveria crer quando nao creio também, e me acredito nao querer crer no que creio?
E se nao confio e desconfio na dosagem fatal, e me embesto e humanizo na medida imensurada?
E se sonho, demais, ao invés de me ovirem chamar, e se olho, procuro acordado, na calada da noite?


Isse. É sempre um dilema de ir que nao foi. Um tempo verbal perdido, digo eu, que nao me vejo na gramática.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O que é concatenar?


Nao sei o que é ser mulher, mas ser homem é um esforço diário e é coisa que só se aprende mesmo com o passar do tempo, muito mais admitindo os vários erros do que percebendo este ou aquele acerto. Aliás, desconfio que nesse mundo louco, que nos faz platonizar, ser gente é coisa difícil para todos, como se ser humano fosse um esforço praticamente inumano.

domingo, 12 de agosto de 2012

Ano Um

Meu coraçao já foi meu por muito tempo.
Penso que agora encontrei alguém que cuide dele melhor.
Pertence a uma outra pessoa, uma dona que o conquista mais.
E vejo como é valioso o meu coraçao, muito provavemente um dos maiores bens da Terra.
Afinal, é nele que está você.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Missal

Minha alma foi evangelizada pelo Deus em teus olhos,
E só diante de ti me ajoelho.

Minha paz foi arrebatada no altar do teu colo,
E só diante dele eu choro.

Minha fé foi retradada no confessionário, teu beijo,
E só nele eu me absolvo.

Meu corpo é asilado na igreja do teu abraço,
E, vê, só nela eu sou salvo.