quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Noites Bobas

Nos dias em que acordo humano, guardo motivos para escrever.

O bobo e a boba estavam armados até os dentes, e nao se olhavam porque estavam morrendo de medo de medo de ferir, de ferir um ao outro. Mas há esse negócio da confiança e esse diabo dos medos dos outros, e assim seguiram, afiando as armas e tocando os ombros, e joelhos.

A boba quis ir embora, mas o bobo quis ser veloz: foi rápido até a rua e a enrolou toda, o asfalto estava dobrado, as calçadas, bem guardadas. Os postes, enrolados, pareciam voltas de caracol vagamundo.
"Como pode?" disse, sendo dela a porta "O tanto que o mundo me faz triste só pode ser comparado e igualado pela alegria que você me traz. Quem me faz triste é o mundo, quem me emboba é você, minha boba!"

Muita bobice.


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