terça-feira, 25 de outubro de 2011

Céu de Tempestade

Vejo um lago, tão escuro e turvo ele está! Não há ondas em sua superfície, mas agitam-se suas correntes abaixo como um tufão de negras lágrimas...
Ouço a ventania, como diria o poeta, ela ladra à rua como um cão! Não vejo folha ou página por ela desgarrada, mas movem-se mil almas e corações com sua pata soprada...
Sinto o frio, trama-se sobre meus pêlos e em meus ossos como o peso da idade! Não há Sol no céu nem luz de fogo, mas lá longe vejo algo a brilhar...
Toco o chão, está tão morto, duro e ressequido! Não sinto a vida chamando lá embaixo, mas uma semente chama a outra através da eternidade...

Há gritos. Há dor. Tormentos na tormenta.
Lá longe, dentro de minha cabeça, ouço alguém cantando.
Uma mulher.
E as nuvens,
negras.

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