quinta-feira, 28 de julho de 2011

::: O Ópio, um Deus...

Dopamina... ah, minha dopamina... esvai-se, vaza, acaba-se. Finda a anestesia, foi-se o ópio até a última réstia de salvação.
Ah, o ópio, do povo e das massas, da gente e dos outros, de nós e de Deus... Que coisa tão santa, criatura tão pura ou tão sublime, humilíssima, caridosa força há de ter soprado o ópio para o meio daqui, inundando minhas veias com as nuvens de dulcíssima e alva paz, enchendo-me com a morbidez necessária à paz plena do espírito que convalesce?
O espírito no vinho,
a essência na Copa,
essa batida na música,
um delírio de minutos...

Ópio, meu ópio, cade você? Minha anestesia se esvai, já sinto as dores paralíticas voltando a caminhar, pisando-me, sem caridade. Cadê a amnésia, que já começo a lembrar de um passado que nunca vivi? E Você, Ópio, aonde vai? Onde está? Onde esteve, meu Ópio?
Você, meu ópio, é Deus. Deus, transforma-me em pedra...

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