sábado, 15 de setembro de 2012

Gregoriana

A presença é um fardo. Pesado.
A ausência é contagiosa. Penosa.
Saudade é dor que espreita. Estreita.
Ficar longe da boca amada. Eleita.
               E como aguentar o passar da hora, agora?
               Ou como afrontar a desdita, maldita?
               É ficar cego, e isolado ficando, no canto,
               Ou é perder para quem vence, tanto?

Desprezo a criança que fui; se eu fui,
E meu futuro é pergunta aberta, incerta.
Passam dias sem eu ser meu senhor. Horror,
E minha vida não segue sem abalo. Temor.
               Vivo bem ao olhar de longe. Daonde?
               Tenho ocupação e não peno (veneno)

               Mas me perturba algo de dentro. Crescendo.
               Me atormenta um destino quebrado. Sofrendo.

Não sei o que sou, fui, ou o que quero. Espero.
Sei que sinto um tanto de saudade. E vaidade.
E passa minha idade tão tola assim. Por mim.
Até que sozinho eu veja que é tarde. No fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário