sexta-feira, 30 de outubro de 2009

As Muitas Faces do Eu

Eu sou o que sou.
O que sou é mistério.
Eu sou o que sou,
Não quero saber o que.

Sei o que não sou por enquanto,
E o que quero ser não importa.

Sei o que fui mas ignoro,
Serei mais do que já fui um dia,
tudo de uma vez só.

Eu rio quando estou alegre,
Eu choro quando estrou triste,
Eu arranco os meus cabelos e
Eu ranjo os dentes quando odeio.

Eu me queimo quando estou amando.
Eu não sou brasa, sou o salto mais
alto da mais quente chama do Inferno
E eu sou a mais santa das flamas do Paraíso.

Eu queimo, eu queimo, mas não viro cinzas.
Eu derreto. Eu sou ouro, e me misturo na terra,
Eu viro uma liga com a terra, eu fico puro.

Então me curvo. Ou então eu me ergo.
Então eu canto e exalto, ou
Então eu me esquivo e amaldiçoo.

Eu me espicho e alcanço ou então
Eu me contraio e desdenho.
Eu esnobo e cuspo em cima ou então
Eu me detenho e acaricio.

Então eu sinto. Então eu vivo. Então eu sou.
Eu rio, eu chora, eu gargalha, eu grita, eu sofre.

Eu sou.

Sou muito mais.

Um comentário:

  1. Adorei o texto, nos faz refletir! Gostei da simplicidade com que ligou as palavras, afinal, somos bem mais do que achamos que somos.
    Parabéns.

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