segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sábado, 29 de dezembro de 2012
Graceful Sight
As we may look for familiar things on unfamiliar grounds,
So is Grace - unexpected throng that in silence sounds -
And this uniqueness renders Grace without similar thing.
There is Grace on the soaked sod, and on prosy skies.
And it might lingers on clicking fences at the winds,
Then departs from World, which thereon doubt brings.
Grace, feeling: at the dark of the eye - where it lies.
--- Ulian
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Desejos, não de Victor Hugo, mas meus
ENTÃO...
Desejo que tenhas braços firmes para que possas segurar quem não quer partir.
Desejo que tenhas filhos, poucos, e que neles coloques nomes elegantes, como Olívia, Maria, Alice ou Flávio.
Desejo que consigas rezar sempre que quiseres, e que, rezando, sintas conforto.
Desejo que escrevas, muito, e que seja esta tua única maneira de mentir - posto que escritores e verdade não se dão bem.
Desejo que encontres moedas e notas na rua ou esquecidas por ti, para pensares que ganhar dinheiro é melhor que ser pago.
Desejo que consigas ler quase tudo que quiseres, mas que sempre te sobre algo para ser lido depois e relido depois.
Desejo que leias poesia, nem muita, nem pouca, para não entender do que é feita a alma ou do que é feito o sonho.
Desejo que sejas pessoa prática quando a praticidade for mais necessária - para que, nos demais momentos, saibas agir loucamente, impensadamente, imprevisivelmente.
Desejo que consigas encher tua vida com o máximo de música possível, e que nos momentos que restarem reconheças o valor sem par do silëncio.
Desejo que possas caminhar sempre, e que, caminhando, deixes tuas preocupações tolas pelo caminho.
Desejo que ames sem limites, sem medo, sem razão, sem fim - e que em retorno recebas amor também.
Desejo que envelheças devagar enquanto reconheces a brevidade da vida e exerces o dom da juventude.
Desejo, por fim, que haja em ti sinceridade e honestidade quando te dirigires a ti - pois é franca a natureza, e ela há de te lembrar disso muitas vezes.
E, se isso tudo acontecer... adivinhe...
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Rima Fraca VIII
Não posso ouvir meu coração, e era para ali que a dor que eu tinha se esvaía.
Partir pode não ser a questão, já que a espera não é indiminuta (só se amplia),
Sou, nas confusões, confusão - a certeza que eu tive não era certa. Só sentia.
Aflição? Sentia.
Certeza? Podia.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Celta perdido
Ou então fui eu que encontrei o bardo,
E a ele perguntei - para onde eu vou?
Disse ele - não por onde tem andado.
Ele se virou para ir, só se preparou,
Eu estava enraizado ali, não o bardo.
A ele perguntei - diga, onde estou?
Disse ele - onde ainda pesa o fardo.
--- Ulian ---
sábado, 22 de dezembro de 2012
In love with Virginia
Step – into the very mouth of hell
Go – deep down into the river
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Another Leaf Down
Maybe pain is like a comfort - there is some -
for those too deluded to focus on things clear.
Attention is a vagrant wing at wind's shear,
lunacy is its repose - doomed whom feel it done.
Enduring graces are rare; feints steadily come.
It's hard to see the mirage when one's alone,
Yet easy to fall blind if one's companies bear:
Acrowd, if laugh dissolve into a tear;
Alone, if Gods turn me into stone.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Quebramarra
Minha pele - abandonada, não abonada.
Meus olhares - inconsoláveis, não incontáveis.
Meus sonhos - pesados, não pensados.
-- Frontispício do Templo, Cologne
O cão revoltado descobre-se encoleirado. O barco, ultrajado, percebe suas amarras. A vinha, envergonhada, dá-se conta do cordame. O pássaro, sem reação, desvenda a verticalidade da gaiola. Passamos a vida sujeitando ou sendo sujeitados. Somos todos sujeitos. Alguns predicam (a forma mais simples de falar que prejudicam), mas outros são apenas isso, sujeitos.
O tolo.
O escravo.
O enganado.
O leviano.
Mas há sujeitos que precisam de um predicado - de uma forma de prejudicar.
O mentiroso.
O falso.
O traidor.
O cínico.
E colocam-se, tantas vezes, nessa gramática inócua da vida em uma voz passiva, fantasiando-se, pela metáfora desavisada, quase que nunca como sujeitos.
O tolo foi enganado.
O escravo foi passado para trás.
O enganado foi traído.
O leviano foi ignorado.
E que dizer daqueles sujeitos que descobrem seu lugar sintático nas frases da vida? Daqueles que percebem os nós gramáticos atando-os a algum lugar, o peso da semântica ancorando-os em uma cena única nesse auto complicado?
Deixam de ser sujeitos. Deixam de ser gramáticos. Tornam-se indivíduos. E, sem a gramática delimitando seus passos e seus dorsos, ou pesando em suas frontes e dobrando duas cabeças, descobrem-se livres. Senhores. Gaúchos. Senhores Reitores. Alienistas. Morenos. Ateneus. Casmurros.
Enfim, libertando-se. Nunca livres.
Sempre em libertação.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Música no teu Corpo
Versos - Trigal, inverno
Cada medo que se instala é uma dor já incubada.
Cada peso que se sente é uma ausência do riso.
Cada porre que tonteia é um idílio aproveitado.
Cada corrente que se quebra é um fato selado.
Cada tragédia que se instaura é um pesar que se afasta.
Cada ente que se vai é uma dúvida espelhada.
Cada sentimento que se esvai é uma hora repetida.
Cada dúvida enraizada é uma coragem emancipada.
Cada consicência liberta é um assomo incontrolado.
Cada olhar enfurecido é um abraço destrançado.
Cada sentença proferida é um percalço imaginado.
Cada batalha perdida é uma morte instituída.
Cada membro que dói é um quê de desalento.
Cada fonte que seca é um futuro abortado.
Cada paciência que termina é um atestado da derrota.
Cada tapa sentido é uma ferida dada.
Cada música calada é um sentimento partido.
Cada anúncio repartido é um alheamento desnudado.
Cada boca com fome é uma fonte de marasmo.
Cada vergonha ignorada é uma chance sincera.
Cada verbo desmedido é um ponto de psicose.
Cada estudo preterido é um pouco de franqueza.
Todo amor perdido é um órgão falecido.
Ulian, 2012
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Less than a beat
"Hey, I'm here." yet the women didn't stop.
It is of no avail. In that fraction of a lifetime when love happens, love only exists. Lovers are oblivious to all but their love. In that moment there is nothing but their love, and they are oblivious, blissfully, blessedly oblivious to anything but their love.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Intimismos
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
sábado, 17 de novembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Rima Fraca XIII
Bem já não tenho dormido.
Se me ouvem, estou aflito,
- um coração, reprimido.
A distância me roubou a amante,
um litígio doloroso, em tempo,
dor se arrasta a todo instante,
- um coração batendo lento.
Orgulho - resta um um pouco
pelo querer que está varado.
Se não sou bom, sou um louco
- um coração, aparado.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Esse Amor Etílico...
E o problema é meu - que sempre quero o ue não posso ter.
Bebem-me. Ou de todo coração, ou com medo de desvairar. Quando quero ser amado, exilam-me, iludo-me; Quando quero ser deixado, agarram-me, entrego-me.
E o problema é meu - que vejo paz e normalidade, sobreidade, onde não pode haver.
.
.
.
Amo e sou amado por extremos. Só sei amar assim. Equilíbrio, pelo que vejo, só para os orientais, e Florbela não falava chinês...
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
"I many times thought peace had come", Emily Dickinson
When peace was far away.
As wrecked men deem they sight the land
At centre of the sea,
And struggle slacker, but to prove,
As hopeless as I,
How many the fictious shores
Before the harbor lie.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
To Emily Dickinson, the Belle of Amherst
My humility that myself informs -
I hide or I abstain (ensouled penance)
as if petals work the pierce of thorns.
And as if solitude, unbound,
Moved me from me, to sincerity,
In joyous silence do abound
the labors of one - not society.
sábado, 6 de outubro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Bliss lies on unconformity,
perched on the thorn calendar’s
page, that daily beholden
passes by.
Bliss is there on unforgiven
silence, when screaming a
soul unmutes, uncaring
of reasons why.
Bliss, almost at last,
turns the corner of
the eye, and so faintly
mutters bye.
Bliss is never stalled word,
a never landing bird,
a flight that flight only
can justify.
Bliss is a scattered touch,
prowling at the spine of the skin,
Sense of joy in it found, the purity
of the cry.
Bliss, almost at last,
is an intertwined weave
A mortal secret (doom at best);
yet the hands try.
Bliss – an end.
enquadrada na folha rasgada
do calendário, que se vista
já é passada.
da alma que no prazer do grito
se põe livre, ignorante –
de suas razões.
escapa pelos olhos meus,
e tão sutilmente
sussurra adeus.
pássaro sem pousar;
o voo, que no voo só
vai explanar.
a sensação na essência da pele,
se feliz, feliz sem prumo,
ou choro puro.
trama entretecida, o fiar,
é do mortal alvo inconstante –
e é do mortal tentar.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Merely A Lay
Forgiving, though spine, is never enough.
Time can deaden a pain or chill the burning,
But the memory remains as vivid and tough.
Isolation is no remedy for sorrow,
and Wandering, though path, is no excuse.
Time can ease past into tomorrow,
But cannot at once personify into Muse.
Inspiration's face, embalmed, cripples Art,
And Art itself seems life itself, at times;
As if the whole, hurt, could live as a part,
As if breath or blood could be verse, a rhyme.
A hurt bird sings the same, or so it seems,
For nobirds can't understand what is its song:
As if Poetry, broken, in dark could gleam,
Or as if a word so short could sound as long.
The answer lies on the thorns, so green,
Though in the petals we fancy the truth to be.
As blood, in vessels few, could reach the brim,
We deny the questions (at root or sinew they be)
Metaphors are no way to cease one's pain.
Paradoxes, though comfort, are never an end.
Time can change movement into quiet refrain,
But the bending of truths is only this - a bend.
Awaken night and drowsy day are of no use,
and so is deliverance itself, if in guise of dreams.
Time can unite threads, melt shards, light a fuse,
But cannot neglect Life, whatever Life seems.
So, if at once, Life would be the guise of Dream,
Deny the petals and bloody vessels so vain,
From drunk laughter dive in Truth, though grim,
And so you may hope to find surcease for Pain.
sábado, 15 de setembro de 2012
Gregoriana
A ausência é contagiosa. Penosa.
Saudade é dor que espreita. Estreita.
Ficar longe da boca amada. Eleita.
E como aguentar o passar da hora, agora?
Ou como afrontar a desdita, maldita?
É ficar cego, e isolado ficando, no canto,
Ou é perder para quem vence, tanto?
Desprezo a criança que fui; se eu fui,
E meu futuro é pergunta aberta, incerta.
Passam dias sem eu ser meu senhor. Horror,
E minha vida não segue sem abalo. Temor.
Vivo bem ao olhar de longe. Daonde?
Tenho ocupação e não peno (veneno)
Mas me perturba algo de dentro. Crescendo.
Me atormenta um destino quebrado. Sofrendo.
Não sei o que sou, fui, ou o que quero. Espero.
Sei que sinto um tanto de saudade. E vaidade.
E passa minha idade tão tola assim. Por mim.
Até que sozinho eu veja que é tarde. No fim.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Pé do Ouvido
alguns não os podem suportar.
Outros os buscam conscientes:
Eu não me quero libertar.
Umas palavras suas me liberam,
você disse, muito de perto,
e afrouxou os nós que apertam,
mas eu prefiro não ser liberto.
"Ainda", still em inglês (="parado")
ou yet (lembra "sim", concordância).
Ainda não esqueceu o desajeitado,
duas ideias que se perdem (distância).
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Aviltamento
O presente não é vivido, por ele se passa quase sem perceber
um passo louco, desvairado de quem quer o furuto que não se quer,
de quem vive um passado imemorável avivado no ente fictício
(a mente)
Vivemos a cada instante um momento que não seja o presente,
sendo este um presente de dor. Sem álcool ou tristeza, ou amor,
é difícil interpor. Transpor. Transmutar. Compor. E o passado,
que hora é consolo, é dor. O futuro, hora esperança, é promessa.
(de dor)
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Clearwater
from the chest of mine,
then quench this hellfire on the
cold waters of the heart thine.
Let me drink the gulp of life
from the heart thine;
The goblet of life of fleshy alloy
turn over to the mouth of mine.
Pour the content of your heart,
let it flow from the chest thine,
this brief flood may water
the dryness, the chest of mine.
So let it flow, this water of life,
laked on the heart thine,
either water me briefly, my thirst,
or drown the being of mine.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Silent Slithering Snakes
Skulk sounding sober, silencing sakes:
Silent suffering, sobbing sinking,
Soothing sermons, silent serenity.
Sealed secrets, snake secrecy,
Sneaky silhouettes, snake sorcery.
Searing segments, snake solacy,
Suffocating scale, snake solemnitiy
(Suffused songs, such somber slither!
Sought stomps, separating surges)
Somber satin snakes sat saying:
"Sight! Seek! Sing! Sigh! Sink!"
Silent sinking, sobbing secretly,
Separated song; suffused surge?
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Biune
Hers is beauty, and hers is the cold and hers is the perfume.
Crush my hands and cut my fingers, for their utility fails.
Pluck my eyes out and cripple the beating of my heart:
Their existance, in biunity remembered, is led to naught.
And let time and trees sing with singsong voices and chord,
For my mind, beholden to time, is by it bound and mute,
and my gagged voice and my darkened sight are all to me.
A biunity of form and essence, like song and grapheme,
I crave to see. My eyes sing and my voice stares; at me.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Moonmourning
Oh I wished not to endure this long night,
Alas! I'm the moon; cease the peace of strife
Shake hopes of despair, summon dark from light.
The sky darkens. Lush life grows dry.
It's night. An axis in paraselene there'll be.
I'm weary, must shine, try not not to try...
The sky is calling, starry abode.
may the skies mourn with me]
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Clarividência
E aquele dia em que quase perdemos o barco? Corremos pelo cais, alguns passos apenas, e alcançamos a embarcaçao no último instante. Nada foi melhor naquela viagem do que aquela corrida pelo cais, rimos durante anos, sempre que lembrávamos disso no natal.
E entao fomos para nossa casa, a nossa casa, e ali vivemos uma única vida, pois embora sempre separados, éramos um só, sempre juntos.
Mas um dia eu acordei, e estava só. Nao havia ninguém do outro lado do travesseiro, ninguém ali em que eu pudesse me espelhar. O vazio dormira comigo e mme acordou com seu silêncio. Você nao estava mais lá. Tínhamos apenas poucos anos e pouca vida juntos, e tudo o que lembrei, esqueci. Eu estava nos meus lençois e você provavelmente devia estar nos seus. Foi tudo um sonho que se sonha acordado? Ou foi uma vida vivida dormindo da qual um dia se despertou, para viver?
Uma vida torta. Um caminho estranho. Um pedido esconso. Uma prece surda.
Predirei o passado, lembrarei do futuro.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Noite Escura
O Teu Segredo
O mundo diz-te alegre porque o riso
Desabrocha em tua boca, docemente
Como uma flor de luz! Meigo sorriso
Que na tua boca poisa alegremente!
Chama-te o mundo alegre. Ai, meu amor,
Só eu inda li bem nessa alegria!…
Também parece alegre a triste cor
Do sol, à tarde, ao despedir-se o dia!…
És triste; eu sei. Toda suavidade
Tão roxa, como é roxa uma saudade
É a tua alma, amor, cheia de mágoa.
Eu sei que és triste, sei. O meu olhar
Descobriu o segredo, que a cantar
Repoisa nos teus olhos rasos d’água!…
por Florbela Espanca
Para quem sinto perder e muito sentiria em perder,
minhas desculpas por ser exagerado,
minhas desculpas por ser sanguíneo,
minhas desculpas por ser assim sem saber porquê.
domingo, 19 de agosto de 2012
N. do A. no Livro do Cinismo
Nao consigo me colocar a favor do abandono, que abomino, mas cometi meus pecados neste crime.
Tenho uma opiniao depreciativa a respeito de mentiras, mas nao disperdiço essa minha habilidade, modéstia a parte, tao boa de metaforizar a verdade.
Tenho horror a máscaras, tendo eu mesmo tantas sobre meus olhos.
Desapego me da pessoas, sobretudo daquelas a quem mais me apego.
A difícil habilidade em aceitar um erro me falha miseravelmente quando erro, o que muito comumente acontece.
Ah, o cinismo, cínico demais para ser um pecado capital.
Abomino, sempre, quase metade do que assumo. A outra metade, amo incondicionalmente.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Noites Bobas
O bobo e a boba estavam armados até os dentes, e nao se olhavam porque estavam morrendo de medo de medo de ferir, de ferir um ao outro. Mas há esse negócio da confiança e esse diabo dos medos dos outros, e assim seguiram, afiando as armas e tocando os ombros, e joelhos.
A boba quis ir embora, mas o bobo quis ser veloz: foi rápido até a rua e a enrolou toda, o asfalto estava dobrado, as calçadas, bem guardadas. Os postes, enrolados, pareciam voltas de caracol vagamundo.
"Como pode?" disse, sendo dela a porta "O tanto que o mundo me faz triste só pode ser comparado e igualado pela alegria que você me traz. Quem me faz triste é o mundo, quem me emboba é você, minha boba!"
Muita bobice.
E se consigo aquela constância, aquele descompasso ritmado, e me desacerto no caminho?
E se nao supero as falhas de dois em um, e me perco no que sucumbo aos medos de um ou dois?
E se falho naquele jogo perverso do cinismo bonito, e me desembesto rumo ao nao sei o que?
E se nao ordeno meus pensamentos rebelados, e me aflijo sem razao por tentar a racionalidade?
E se creio no que deveria crer quando nao creio também, e me acredito nao querer crer no que creio?
E se nao confio e desconfio na dosagem fatal, e me embesto e humanizo na medida imensurada?
E se sonho, demais, ao invés de me ovirem chamar, e se olho, procuro acordado, na calada da noite?
Isse. É sempre um dilema de ir que nao foi. Um tempo verbal perdido, digo eu, que nao me vejo na gramática.
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
O que é concatenar?
Nao sei o que é ser mulher, mas ser homem é um esforço diário e é coisa que só se aprende mesmo com o passar do tempo, muito mais admitindo os vários erros do que percebendo este ou aquele acerto. Aliás, desconfio que nesse mundo louco, que nos faz platonizar, ser gente é coisa difícil para todos, como se ser humano fosse um esforço praticamente inumano.
domingo, 12 de agosto de 2012
Ano Um
Penso que agora encontrei alguém que cuide dele melhor.
Pertence a uma outra pessoa, uma dona que o conquista mais.
E vejo como é valioso o meu coraçao, muito provavemente um dos maiores bens da Terra.
Afinal, é nele que está você.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Missal
E só diante de ti me ajoelho.
Minha paz foi arrebatada no altar do teu colo,
E só diante dele eu choro.
Minha fé foi retradada no confessionário, teu beijo,
E só nele eu me absolvo.
Meu corpo é asilado na igreja do teu abraço,
E, vê, só nela eu sou salvo.
domingo, 29 de julho de 2012
Tratado do Amor Branco
Durante quarenta e três anos tentei ser um poeta. Percebi um dia que me casei em sonhos com uma moça que me pegara pelo nome – vi seu nome numa lista e aquele nome me pegou. Apaixonei-me por um nome, pego pela palavra como, sempre fui. Depois do nome veio a moça cuja tez o precedia, e por ela enamorei-me além do que as palavras podiam dizer. Divorciei-me destas, em litígio impensado, e não vi que solteiro era poeta, enamorado era apenas namorado.
Percebi um dia que mudamos para Roma porque ela é católica, embora eu tivesse apaixonado-me por um nome outro, Reikjavic. E, abraçando-a, escondida no bolso a chave daquela casa em Roma que ela achava que ia deixar e que eu não queria deixá-la saber que já era dela, perguntei-lhe se se lembrava de quando nos conhecemos. E ela sonhou novamente nos meus braços como dera-se nosso encontro: eu lera seu nome numa lista e estava apaixonado.
E quando, de mudança, aceitando que Reikjavic não era minha, achei uma folha em branco. Reconheci-a e ela me reconheceu.
“Durante quarenta e três anos tentei ser um poeta.” Disse eu, para mim e para a folha. Um de nós chorou uma lágrima quase seca, daquelas que brotam nos olhos já quase mortas antes mesmo de rolar pelo rosto quase morto.
Creio guardar ainda aquela mesma folha em algum canto em alguma caixa em algum canto. Ainda não sou poeta, não sei o que quero ser, não sei se quero saber o que é ser poeta. Acho que se tivesse que escrever algo nela, antes de morrer, escreveria apenas uma coisa.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
À minha amada vivaldiana
É verão nos meus lábios, mas inverno quieto na minha garganta.
Dou a primavera dos meus braços para quem me traz ao mesmo tempo à flor e o outrono da alma -
Mudando as estações no rosto, coração e peito.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Estou estranho e quase já não me reconheço mais. Estou virando parte do chão e do ar e das paredes e do quadro de giz, uma parte do ambiente que se move e fala, sempre pesada.
Estou sumido e quase já não me lembro mais. Não lembro nem a última vez em que me achei no espelho, onde quase nunca me procuro, e só me ouço em silêncio.
Estou mudado e quase já não me entendo mais. Nem me entendem, nem me entendo, não entendo meu não entendimento e entendo só não me entenderem.
Estou falando mais, incomodando mais, reclamando mais, dessonhando mais, conformando mais, afastando mais, chateando mais, desistindo mais, amargando mais, esmaecendo mais, desesperando mais, apagando mais, mudando mais...
Sempre demais...
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Alma Entregue
A parceria amiga na conversa entendida
Que pela forma da necessidade expressa é composta,
a simplicidade complexa, pelas águas do corpo exposta.
Forma com teu coração uma dupla contida,
Retorno sem partida, jornadas sem ida,
Que pelo crer na verdade se torna conforme,
a confiança perdida, feita de negações uniforme
Forma com teu coração uma dupla entretida,
Silêncio de dois, cura e consolo em ferida,
O avanço que voa para além de fatal encosta,
A coragem nos vícios que é pela vida imposta.
Forma, de teu coração, uma força mantida
Por fé, por verdade íntima, dor sentida,
Na extravagância da descrença oposta,
Que no encontro secreto do beijo se mostra.
---
Há quem não acredite que vale a pena ser verdadeiro e franco ou sincero em todas as empreitadas. Se é, não o sei. Mas o faço. E verdade não é coisa que para todos seja a mesma - conflito de termos - verdade é, como a alma, uma coisa de cada um.
domingo, 1 de julho de 2012
The purity I sought - I expect delusion to exort.
The dreams I dream - I dream in fancy for art.
The lives I lived - I remember the harrowing.
The songs I sang - I entombed them in my mouth.
The steps I trod - I clipped for my face's sake.
The smiles I smile - I think them unsure.
The doubts I breath - I see them secure.
The bread I take - I judge it alms given.
The hopes I have - I hear them as all.
The strength I have - I fear it failing.
The Gods I adore - I'm mute.
On Moonsinging
Those who never moonsang can't see the Moon as it really is - or can they?
Moonsinging - sighing and sighting it is - listening to the Moon more than singing with it.
Singing to it, pointless - the Moon can't hear you;
Singing with it, all that matters - the Moon with you.
And the Moon, a silver lattice on the dark-taken dome,
More singing then sighting or sighing, can sing with you.
Methinks that I can moonsing.
Things of silver, things of shiny allegiance. Flickering, haunting things of balming.
Tokens of echoing, of vult and remembrance. Radiant, quiet thoughts of cold.
Silent shattering, profuse - moonsight and moonsought:
Silent passing, confuse - following the one who follows you.
And I, moonsing, wandering and wondering dusk-taken,
More sighing or sighting then singing, singing with the Moon.
-- I`ve got an arrow here --
-- Vainly I had sought to borrow surcease of sorrow --
-- Nor shadows dim her way --
domingo, 10 de junho de 2012
Poucos que sei
Que unidas em grande miragem
Eu tenho, em tolice, por viagem.
Entendia, sorria, calava, cismava
Nada imaginando eu andava,
Mais e mais ledo em meu engano,
Sei! Sei o quanto me enganava...
Não sei se fico, caio ou ando,
entendo pouco, sonho vagando,
o coração o passo desacelerando,
presente das horas que passam,
Não dos segundos que se gastam,
entendo que por baixo do pano
o céu sofre os dias que se arrastam...
Seu silêncio, sol, me desconcerta,
porque sorrio com aspereza certa
que chora risos na boca aberta.
quer se esconder na sombra comigo?
de varde, à toda, deixar passar ano?
"mim? me? comigo? ti? te? contigo?"
sábado, 9 de junho de 2012
Não Entendimento
Dizem-me "durma!", mas não tenho sono.
Querem que eu pare, mas não comecei.
Querem que eu continue - nem parei.
Comemoram (viva!) minha ignorância?
Ludibriam (durma!) minha atenção?
Paz insensata, querer dubitável.
Mesmice serena, vazio amável.
E vai-se a vida, viva, sem saber como,
e digo quieta, durma, à paz gritante.
Como quisesse dor enganado amor,
ou pedisse vivas, sonolento instante.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
e quis Amor de Salvação tendo apenas Amor de Perdição.
Aviltar: A Insustentável Leveza do Ser,
querer não escalar uma montanha mágica.
Acordei - A Metamorfose. Dormi. Dormi?
E vou vivendo Guerra e Paz.
Madame Bovary, o que fizemos?
Quo Vadis minha alma, Sexta-Feira do Crusoé...
Quem sou eu para querer Amor de Salvação?
Tudo o que me coube foi Amor de Perdição,
graças aos Cem Anos de Solidão...
Ah, amargas Memórias do Cárcere.
E uma vida, Antologia, segue descompassada.
São minhas Memórias do Subsolo,
São os minutos na Hora das Bruxas.
Peça Escocesa é aquela sem Julieta?
quarta-feira, 6 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
Moonheart
Though hopesless I look this night, the warmth of the stars I feel - and the Moon crackles with me.
Though lost I am this night, the barbs of the stars I follow - and the Moon drifts away with me.
Though silent I remain this night, the voice of the stars I hear: and I'll sing my soul to the Moon -
And the Moon sings with me.
terça-feira, 1 de maio de 2012
A Crowned Coward
I ask myself:
Is the will to help when having no help to offer more than having the power to help without the will to do so? Who is foolishly pure and innocently void? Me? the Other?
And like a child playing with the scorpion, plucking it on my diminutive hand, feeling the failing vain warmth of its blood, I can feel only the guise and drool of power, of the proud plucking, the glorious crushing - never feeling the sting-brought regret, never mourning the wasted poison.
Leaden Plume
the voices in my head to shut up -
I've been barely able to heed to the angel
and to speak to the devil
perched on my shoulders.
Yet, to my dismay,
I caught myself babbling all along,
and I've got the angel's wings,
and I've got the demon's tail,
and the voices in my head -
- my head perched on my shoulders.
domingo, 29 de abril de 2012
Focus
A chama pequena que você acendeu no meu peito basta para uma noite fria, mas não para uma vida escura.
Um sonho em vida convertido, incrível, mas no qual eu creio.
Crackle flames, firelove
Let the fire run
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Love's Joys
Never lonely a lover can rejoice:
The burden of choice is twice felt
And in sorrow dwelt the lone soul,
A frowning brow and broken spine
By love not fine for lonely being.
And the ting of uncaring thoughts
Pushed by odds is into confusion,
and then delusion, its fruits bear
the pall to wear-- the tears only.
Nosso abraço é nossa casa --
apertada, sem teto ou chão,
Para lá com a chuva e o sol,
vendo um ao outro tão perto,
rejuntando as paredes de pele.
Nosso abraço é nossa casa -
E se venta - quando venta,
O calor de um aquece o outro,
E se não - quando não,
O frio de outro acalma o um.
Nosso abraço é nossa casa.
Uma casa, enfim, indiscutível -
inquebrável, inassoprável,
inderrubável, indestrutível.
Por poucas estrelas mantida
iluminada)
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Dante's Prayer
When the dark wood fell before me
Quando diante de mim fez-se a mata escura
And all the paths were overgrown
E toda trilha encoberta jazia,
When the priests of pride say there is no other way
Quando os padres do orgulho dizem não haver outro caminho,
I tilled the sorrows of stone
Eu passei as tristezas da pedra
I did not believe because I could not see
Eu não acreditei porque não pude ver
Though you came to me in the night
Mas você veio até mim, de noite,
When the dawn seemed forever lost
Quando a manhã parecia para sempre perdida,
You showed me your love in the light of the stars
Você me mostrou seu amor na luz das estrelas.
Cast your eyes on the ocean
Jogue seus olhos no oceano,
Cast your soul to the sea
Jogue sua alma no mar,
When the dark night seems endless
Quando a noite escura parecer não mais terminar,
Please remember me
Por favor, lembre-se de mim
Then the mountain rose before me
Então a montanha ergueu-se perante mim,
By the deep well of desire
Pelo profundo poço do desejo;
From the fountain of forgiveness
Da fonte do perdão,
Beyond the ice and fire
Além do gelo e do fogo.
Cast your eyes on the ocean
Cast your soul to the sea
When the dark night seems endless
Please remember me
Though we share this humble path, alone
Eis que partilhamos este humilde caminho, sozinhos
How fragile is the heart
Como o coração é frágil...
Oh give these clay feet wings to fly
Ah, dê a estes pés de barro asas para voar,
To touch the face of the stars
Para tocar a face das estrelas
Breathe life into this feeble heart
Sopre vida neste coração fraco.
Lift this mortal veil of fear
Sunpenda este veu mortal de medo.
Take these crumbled hopes, etched with tears
Pegue estas esperanças destruídas, coladas com lágrimas,
We'll rise above these earthly cares
Vamos para além destas preocupações mundanas
Cast your eyes on the ocean
Cast your soul to the sea
When the dark night seems endless
Please remember me
domingo, 25 de março de 2012
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Da Pedra Platônica
Mas de longe já sinto tu'alma empedrada:
Minh'alva fronte de pedra engastada
Já te sente andante em nova jornada.
Eu aqui, no meu canto, ensimesmado,
Penso com minha pedra - estou errado?
Mais um passo ou dois: tu do meu lado;
Meu velho medo de, mudo, ser ignorado.
Olho-te, olhas-me, a admiração é de dois,
é mútua, e o desejo que está antes e depois
leva-te ao devaneio, ao "tu és" e o "vós sois".
Mas sabes que alguém, parado, por ti chama?
Talvez sonhes, um dia, da dor, alegria, fama,
dos vários anseios de uma estátua que ama.
E a estátua se apaixonou pelos olhos que a admiravam, sonhando que os olhos, em silêncio confesso, a amavam também. E, em segredo, os olhos de pedra e os olhos de carne fecharam-se em adoração.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Blackheart
One cast down with a broken spine,
One heavy by burden and loneliness.
Some call it heart, some fancy it soul,
Anima some deem it to be; all I scorn:
For wherever the human being can go,
it is resumed only in wilt, rot or thorn.
Hearts rot, souls wilt and things more,
Yet this burden of the being persists -
The doom of flesh, of bone and gore,
This trials of tears, waists and fists!
The outline, faint, grows and darken,
and the being - uprooted, made public again;
And by air a command goes: "Hearken!"
And senses of spirit and sinew restrain...
Yet this heavy, unlifting refrain undies,
And echoes so gloomy and eerie all around,
That whatever false reason dead lies
When the motifs of reality abound.
O heart, o blackheart, we must be bad...
For what other justice holds this cell?
O heart, o ravenheart, we are now sad...
Undone only at the last toll of the bell.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Caravelando
O fato é que não estou sozinho mesmo, e com essas coisas de Deus eu acho que nem Deus se importa muito. Se não me sinto sozinho é porque, confirmando toda a impressão camoniana de viver-em-verso, minha alma já repousa aquém do lugar que ocupo no espaço. Estou ancorado, um navio contra as ondas, mas a tripulação que me dá vida desembarcou e foi ter em terra com outrem. Uma concha vazia, a pérola adorna o seio de uma dama formosa.
Se não estou sozinho, em parte é porque vivo já em outra pessoa, atado a ela de tal modo que já não importa em qual lugar do espaço encontra-se meu corpo, do qual longe encontro-me liado a almas outras... E se o vento aviva meus panos, é a vontade de buscar meu porto que me o compele a ajudar. E se a água agita os remos, ou se as rêmoras parecem me puxar a quilha, é meu pesar marulhoso e estaleiro que os convence a auxiliar.
O fato é que não estou sozinho. Não o sentiria nem mesmo se o quisesse. A nave, vazia, está ancorada para se ter um lugar que torne o regresso (ou a fuga) possível...
Mas eis que quem desce à terra por lá fica, e o barco, esquecido, consome-se com o tempo...
E as almas, liadas, fazem-se companhia.
A despeito de madeira que enegrece, de mastro que se parte, de velas que se rasgam,
Ou do calhau -
- que se quebra.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
E estará o coração abraçando aquele coração que ama quando o sentimos apertado?
E será que finalmente desfalece, descompassado, quando o resto do corpo insensível não mais ignora suas saudades cardíacas? E será que finalmente morre, parando de bater, tentando a morte por causa de seu cardioamor?
Será que compõe, que rima, que fantasia átrios e coronárias? Ou será que sonha com veias cavas e delira com hemoglobina?
E quando está acelerado, será a inquietação, sua libido muscular? Ou será que, sendo na verdade tímido, está descomposto e tenta em vão se esconder na sala grande que é o mediastino?
Bem, mas é um bom amante, um bom romântico. Já nas graças do povo falador, ignorante de sua metafísica de s2, recebeu um pouco de justiça:
Coração que é coração não bate, apenas - apanha.
Tal como homem que é homem e não respira, apenas - ama.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Uma Fascinação
É vontade, nem escolha de meu ser:
Faz bem, andar assim, apaixonado?
viver é qualidade, amar é padecer!
Respira, e o verso sorri do meu lado!
É boa obra, por caridade escrito.
Faz bem, ser assim, um tolo admirado?
(é arte da gente, o peito assim constrito)
Apaixonei-me por um verso encarnado.
Um anjo, que ser palpável seja,
Puro sentido pela carne animado.
Faz bem, a poesia que me beija,
- arte da gente, estou apaixonado,
um verso encarnado - que almeja.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Enlightened
As I love the perfume, because it lasts,
And I like the voice, because it echoes,
As I love the breath, which lingers.
Hold me tight, love, for I am fickle -
An incorporeal wight which fades if loose.
Hold me tight, dear, for I am frail -
A confusion of blood, flesh and sinew.
I hold you tight, as dark embraces light,
A sunray I grasp with arms of failing grace.
I hold you tight, as void embraces atom,
A sunray I see with my eyes of tender care.
I like the voice, because it lingers.
I love the bite, because it lasts.
I like the breath, because it echoes.
As I love the perfume, which aches.
sábado, 7 de janeiro de 2012
Urano Pensativo
Assim penso perguntar, mas me faltou por um momento alguma coragem boba que não é vergonha faltar. Talvez a resposta fosse bela, ou mais provavelmente boba, e geraria um par de comentários interessantes e mais palavras novas de amor e novidade sucederiam ao que poderia ser uma boa frase, começo de longa ideia.
Penso, então, que eu devo responder por conta a pergunta que criei. Para alguém, cuja sabedoria das coisas do céu e do além horizonte é tão vasta quanto o conhecimento nesse mesmo assunto como possuído por uma criança, pode ser provável que pareça absurda a pergunta.
"Ora" diriam "o céu inteiro comparado a uma estrela só? Tão pequena, tão longe, tão branca... Contra o céu inteiro?"
Pouco sabem o quanto o céu é vazio... Quantas vidas seria preciso andar até encontrar o que quer que seja. Uma estrela é muito mais cheia de qualquer coisa (menos o nada) do que muitos cantos do céu. Por isso é chamado de espaço - há espaço, muito espaço, e coisa nenhuma o preenchendo a toda hora.
Digo então, que queria eu ser o céu, e deixar a você a glória e a adoração de ser a estrela. Com meu vasto vazio eu iria abraçar você, e quanto mais vazio a envolvesse, mais sua presença singela me preencheria. Mais a sua luz brilharia na minha escuridão sem fim, mais a sua localização importaria nos meus confins, mais a sua cor se contrastaria e mais o seu calor seria importante... porque no breu da entropia e na serenidade do vácuo, o que quer que faça a estrela torna-se muito belo, e muito importante.
E assim eu a envolveria, e do teu brilho faria toda uma existência.
Pois foi assim a vontade das leis da física:
que brilhasse mais forte a luz onde é mais escuro.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
All I know
tudo que eu sei
Is everything is not as its sold
é que nem tudo é o que parece
But the more I grow
mas quanto mais eu cresço,
The less I know
menos eu sei.
And I have lived so many lives
E eu vivi tantas vidas,
Though I'm not old
mas não sou velha
And the more I see the less I grow
e quanto mais eu vejo, menos eu cresço;
The fewer the seeds the more I sow
quanto menos sementes, mais eu semeio.
Chorus:
Then I see you standing there
então eu vejo você ali,
Wanting more from me
querendo mais de mim,
And all I can do is try
e tudo que posso fazer é tentar;
Then I see you standing there
então vejo você ali,
Wanting more from me
querendo mais de mim,
And all I can do is try
e tudo que posso fazer é tentar,
Try
tentar...
I wish, I hadn't seen
Eu queria não ter visto
All of the realness
toda a realidade
And all the real people
E todas as pessoas verdadeiras
Are really not real at all
não são realmente verdadeiras
The more I learn the more I love
quanto mais aprendo, mais eu amo,
The more I cry the more I'll cry
quanto mais eu choro, mais eu chorarei
As I say goodbye to the way of life
enquanto digo adeus para a vida
I thought I had designed for me
que eu pensei ter escolhido para mim;
Chorus:
Then I see you standing there
então eu vejo você lá,
Wanting more from me
querendo mais de mim,
And all I can do is try
e tudo que posso fazer é tentar;
Then I see you standing there
então eu vejo você lá,
I'm all I'll ever be
eu sou tudo que sempre serei,
But all I can do is try
mas tudo que posso fazer é tentar
Try, Try, Try
All of the moments that already past
todos os momentos que já passaram,
We'll try to go back and make them last
nós vamos tentar revivê-los e fazê-los durar,
All of the things we want each other to be
todas as coisas que um quer que o outro seja
We never will be
nós nunca seremos
We never will be, and that's wonderful
nós nunca seremos - e isso é maravilhoso
That's life,
isso é a vida,
That's you baby, this is me baby
isso é você amor, isso sou eu,
We are, we are, we are, we are, we are, we are
nós somos
Free, in our love
livres, em nosso amor,
We are
nós somos
Free in our love
livres no nosso amor
Try
Tente
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Deus vive
Os deuses estão nas árvores, vendo-nos crescer,
e estão nos rios, vendo-nos correr.
Estão nas luzes, vendo-nos brilhar, e nas sombras, vendo-nos esconder.
Eles vivem nos caminhos, acompanhando-nos ao trilhar,
E vivem nas saídas, vendo-nos partir,
bem como nas chegadas, esperando-nos parar.
Habitam o silêncio, ouvindo-nos orar,
Vivem no vento, trazendo-nos notícias,
E estão na terra, fazendo-nos pensar.
Estão, enfim, no mundo.
São, enfim, o mundo.
Nunca estiveram longe.
Sempre viveram perto.