A presença é um fardo. Pesado.
A ausência é contagiosa. Penosa.
Saudade é dor que espreita. Estreita.
Ficar longe da boca amada. Eleita.
E como aguentar o passar da hora, agora?
Ou como afrontar a desdita, maldita?
É ficar cego, e isolado ficando, no canto,
Ou é perder para quem vence, tanto?
Desprezo a criança que fui; se eu fui,
E meu futuro é pergunta aberta, incerta.
Passam dias sem eu ser meu senhor. Horror,
E minha vida não segue sem abalo. Temor.
Vivo bem ao olhar de longe. Daonde?
Tenho ocupação e não peno (veneno)
Mas me perturba algo de dentro. Crescendo.
Me atormenta um destino quebrado. Sofrendo.
Não sei o que sou, fui, ou o que quero. Espero.
Sei que sinto um tanto de saudade. E vaidade.
E passa minha idade tão tola assim. Por mim.
Até que sozinho eu veja que é tarde. No fim.
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