Minhas metáforas são, vejo e muito naturalmente reconheço, bem mais complexas e inteligentes do que eu. Crio-as ou usam-me? São bem mais complexas do que creio serem à primeira vista, as minhas criações escritas. Serão elas capazes de esconderem de minha precária consciência toda a sua revoltosa estrutura? Sua beleza sintática, sua sofisticação são desconhecidas para mim no nomento em que as escrevo e admiro - não como um escritor admira seus escritos, muito mais como um professor que admira os alunos.
Vão, metáforas que chamo minhas, trilhem o mundo com as pernas de suas letras e cresçam como bem quiserem. Surpreendam-me, sim, mas tenham bem em mente:
A metáfora maior, um eu bem qualquer, a que vocês devem muito deste lado da folha ou acima da tecla, este, como metáfora, é indecifrável.
----- um lapso de realização:
se eu-metáfora sou indecifrável para mim, talvez nem as metáforas conheçam-se a si mesmas (pleonasticamente falando). Temet nosce, metáforas...
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