A vida é o fantasma.
Há nas horas incultas de uma tarde que se desenrola um pouco de ferrugem. Algumas correntes deixam-se roer.
Algumas correntes, apenas, e nada mais.
Sempre que há noite nuns corredores mais que vazios, ululam os fantasmas enegrecidos, cobertos de pó e de mortalha.
Por uma mortalha e pó, apenas, e nenhum choro a mais.
E quando diz-se que se ouvem os gemidos dos mortos chorando suas alegrias na casa agora vazia, sabe-se é que assombram aquilo que mais amam.
Que amam, apenas, e nada mais.
E eis que um dia os vivos voltam e abrem as janelas outrora esquecidas trancadas, e num regaço mais sutil que um abraço, um vivo vive outra vez, o morto morre de vez.
Morre, mais uma vez.
E nada mais.
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