Perco-me um pouco quando ponho-me a divagar.
Pensando, não coloco-me aqui ou em algum lugar:
Vivo da esperança de pensar que posso partir; ir
e, talvez quem sabe, não precisar voltar, devir.
É de minha especialidade fugir, um sonhambular,
e fazer sonhar que na palavra escrita encontro um lar:
É pelas vezes que sonho acordado que uso a tinta,
Como se alguém edificasse uma casa no que pinta,
sem usar bloco, parede ou pó, fazer erguer, bem alto,
uma casa forte, uma alta torre que ganho quando salto.
Talvez escrever seja assim, um sonhabular sem direção
que parta sempre de e para achar um motivo esquisitão,
Talvez escrever seja assim, um fortificar só com tinta,
temendo um dia em que a palavra escrita esteja extinta.
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