domingo, 30 de agosto de 2009

Entre Tu e Você

AINDA em processo de lapidação, como diria o bom Bilac


Entre Tu e Voce

Doce flor de meu Érebo frio,
Há de te abrires sob outra luz?
Não te mostro douraro brio,
Mas pelo verde ouro tu te seduz?

Hah! Quem sou eu para julgar-te?
Creio que o primeiro pecado foi meu.
Teu rosto gritou-me em disparate:
"De beber do meu néctar esqueceu?"

Não esqueci, fragrante flor,
só não fui abelha saqueadora;
Mas caso bem pensar-me for,
dispensa: fui cigarra zombadora.

Abandonei você aos ventos
Enquanto eu desfiava roca
Lê o que para ti escrevi na língua secreta que inventamos:
"There should be no reasons, never. And yet, there are many. Shall them all fall silent? No! William Blake told me it can be loud as the loudest cry!"

Meu escárnio tem meu sabor.
Ele é o espelho do teu sorriso.
Deixa-me frio esse teu calor
E Minha loucura te faz juízo.

Assim, lê nessas linhas amor não,
Enxergue só despeito, desamparo,
Que se amanhã vocês lamentarão,
Perco dourado brio que me é caro.
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foi-se a métrica, ficou a preguiça... Desculpe, Bilac!

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