Um segundo luto, amigos, guardemos.
É pálida a tez no caixão reclinada. Perdeu o calor, lastro do sangue, e perde a cor, valor da pele.
Um segundo luto, meus caros, soframos.
É quieta a boca velória. Sem palavras e assim, sem ter o que dizer, no silêncio a morte vive.
Um segundo luto, queridos, observemos.
É certa a rigidez do falecimento. Conformada, a dureza de um morto e de suas testemunhas.
Um segundo luto, enfim, vivamos.
É calma a face na terra indiferente. No silêncio o grito se explica, no intuito de viver a vida morre.
Um segundo luto, amigos, lutemos.
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