Há a boa história de ver-se como uma parte mal e mal discernível do mundo - chove em um canto do mundo, faz sol forte no outro; tempestades e vendaval ali, grama intocada acolá. E dentro de nós, essa alegria incontida aqui, um remorso calado lá; um riso desmedido ali, a tristeza chorada cá.
E dentro de nós há mais festa e folia, um fígado atormentado ali, o estômago satisfeito lá; um osso sadio e inteiro, uma unha encravada no pé. Bem como fora de nós - uma estrela que nasce lá, bem longe, e outra que morre, mais longe ainda.
Como acreditar nessa história de que eu sou eu, e não parte disso tudo que é tudo? Que é indiscernível, inseparável?
Serei eu mais eu do que a linha da camisa e aquela flor murcha que me espia pela janela?
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